Marta Batista

Janeiro não correu lá muito saudável para nós…tanto para a mãe e como para a filha…

Primeiro a Helena com uma urticária devido a uma alergia que entretanto passou e que não chegámos a perceber de onde veio.

Comigo começou por uma dor de cabeça insuportável acompanhada de dor de olhos que primeiro atribuí a duas noites de insónias com a Helena sempre a acordar e a chorar inconsolável por causa dos dentes molares.

Depois apercebi-me que tinha um nódulo e uma suposta “espinha” enorme na nuca, outra na testa e mais tarde pintas pelo tronco,  na manhã seguinte e algumas tinham um líquido incolor (vesícula). Ora toca de telefonar para o saúde 24 onde depois de um questionário me indicaram que deveria mesmo ir ao centro de saúde…

Não demorou muito até a médica perceber que tinha varicela. Disse-lhe que tinha uma bebé e que provavelmente já tinha contagiado  “A si aviso já que vai ser forte, mas a sua filha deve ser uma coisa muito leve, aos bebés costumam aparecer poucas pintas”. Não me receitou nada em especial, apenas ben-u-ron para as dores de cabeça e que tomasse um anti-histamínico se tivesse muita comichão.

Após uma semana enclausurada em casa não tinha muitas pintas, nem sequer tive febre, apenas muita dor de cabeça e alguma comichão, mas lá passou… Entretanto a Helena tinha ficado em casa da avó e passou a semana sem sintomas alguns…

Veio para casa na sexta e no domingo de noite apareceram-lhe as primeiras pintas no tronco… na manhã seguinte estavam um pouco maiores mas não eram muitas… mas de terça para quarta-feira apareceram em todo o lado: nas plantas dos pés, nos ouvidos, um grupo na testa, e um olho vermelho… e vieram a febre e o queixume…

Desta vez viemos do centro de saúde com a receita de dyaseptil para desinfectar, saforelle para tomar banho duas vezes por dia, fenistil gotas para a comichão, ben-u-ron para a febre/dores… e uma baixa médica para mãe… mas nada para o olho, mesmo depois de eu dizer duas vezes que tinha o olho vermelho…

Telefonei para o pediatra que me disse para colocar zovirax pomada oftalmológica.

No dia a seguir tinha vesículas também na ponta da língua… o que fazia com que a outrora fácil hora das refeições se tornasse em hora do “aiiiiii” e do abanar negativamente com a cabeça e as mãos cada vez que via a colher da sopa e o copo da água.

Apareceu outra bolha ao pé da unha do dedo mindinho de um pé… entre os dedos de uma mão…

Foram dias em que ninguém cá em casa descansou em condições, e ela nem as sestas dormiu descansada. Só queria a mãe, colo e muito mimo.

No fim-de-semana não tinha febre e terça/quarta-feira as bolhas começaram a secar.  Na sexta-feira começaram a cair as crostas e hoje apenas tem uma ou duas que não caíram.

Não foi leve como a previsão da médica mas já passou e ela anda de novo na vida dela: dar comida e adormecer (óóooooóooo) as “munés” (bonecas), brincar com o “ocói” (pocoyo), tirar as “kéks” (cuecas) do estendal/máquina de lavar para enfiar no pescoço, pedir o “ápis” (lápis) para rabiscar e a mãe desenhar uns “cócóss” (galinhas) e umas “maniiis”=meninas com “tótós”, “miáas” (gatos) e “uououus” (cães)

Também já pede “ábu” (água) no “copo” que ás vezes é “pópo” e diz “té jáaaa”

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